Por Majo Giovo/Emergentes

O governo de Javier Milei enfrentará esta quinta-feira (9) a segunda greve geral contra a sua gestão. Apesar da aprovação pelos deputados na semana passada de sua “Lei Base”, o que implica um pacote de fortes ajustes e retrocessos em termos de direitos adquiridos, as confederações trabalhistas e os movimentos sociais se organizam para voltar às ruas.

Da Secretaria Geral da Confederação Central dos Trabalhadores (CGT), liderada por Héctor Daer, em continuidade com a marcha massiva do dia 1 de maio, espera-se o cumprimento massivo da medida ordenada pelos representantes das diferentes organizações sindicais.

“Contra o imposto sobre os salários, incorretamente chamado de ‘lucros’, contra o reajuste para trabalhadores e aposentados, contra a intervenção no estatuto das joint ventures livres, contra a paralisação das obras públicas, contra o crescimento do desemprego, contra o sucateamento e privatização de empresas públicas, contra o desfinanciamento da saúde pública, das universidades, da educação, da ciência, da cultura, contra a entrega de recursos nacionais provenientes do patrimônio nacional”, completa o apelo lançado pela CGT.

Neste cenário, hoje são realizadas assembleias em diferentes sindicatos para organizar o dia de greve nesta quinta-feira.

Agenda chave para o governo e resistência nas ruas

A lei de Bases Milei começará a ser discutida pelo Senado nesta terça-feira em comissões. Veja aqui pontos-chave para entender o que está em jogo:

  • Reforma trabalhista: aumenta o período probatório, elimina multas para empregadores que não cadastrem seus empregados e cria a figura do “trabalhador independente” com até cinco colaboradores, dando liberdade ao trabalho informal.
  • Reforma tributária: os salários voltariam a pagar imposto de renda.
  • Privatização de empresas públicas (contida na delegação de poderes)
  • Redução e entrega de recursos patrimoniais: esta medida é irreversível, uma vez que as empresas que investirem mais de 200 milhões de dólares se beneficiarão de isenções fiscais durante 30 anos.
  • Aposentadorias: Na Argentina, há 3,7 milhões de pessoas que não poderiam se aposentar sem as moratórias de aposentadoria que ficaram conhecidas como pensão das donas de casa. A Lei de Bases busca acabar com esse direito.