Nas últimas 24 horas, o total de pessoas desalojadas mais que dobrou no Rio Grande do Sul, passando de mais de 163 mil na quarta-feira (8) para 327 mil, de acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil estadual às 18h desta quinta-feira (9). O número deve continuar crescendo, já que está prevista a chegada de um ciclone que pode agravar o cenário humanitário no estado.

Essas pessoas foram obrigadas a deixar suas residências em busca de abrigo em casas de familiares, amigos ou nos abrigos públicos disponibilizados pelo estado. Até o momento, os abrigos acolheram 68.519 indivíduos, apontando a urgência e a dimensão da catástrofe climática.

Cerca de 1,74 milhão de pessoas estão sendo diretamente afetadas de diversas maneiras, desde a perda de moradias até a falta de serviços básicos como eletricidade, água potável e alimentos.

Com relação aos municípios afetados, o número chega a 431, o que representa mais de 80% das cidades do estado. O impacto também se reflete no alto número de mortes, contabilizando 107 mortes confirmadas até o momento, além de 134 pessoas desaparecidas e 754 feridas.

O cenário preocupante é agravado pelas previsões meteorológicas, que indicam a possibilidade de chuvas intensas a partir desta sexta-feira (10), estendendo-se até o domingo (12), especialmente nas regiões centro-norte e leste do estado, incluindo o litoral norte e o sul de Santa Catarina.

Embora o nível do rio Guaíba esteja abaixo dos 5 metros, os rios no sul do estado já começaram a subir e transbordar, aumentando o risco de mais inundações e agravando ainda mais a situação das comunidades afetadas.

O governo federal afirma que está atuando para aplicar cerca de R$ 51 bilhões em investimentos no Rio Grande do Sul. É incerto se o valor irá atender às necessidades básicas imediatas. O governo ainda não divulgou qual será o valor empregado para medidas de prevenção.