Por Mauro Utida

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) cobram justiça pelo assassinato do líder camponês, Raimundo Nonato de Oliveira, conhecido como Cacheado, no município de Araguatins, em Tocantins (TO).

O crime aconteceu na madrugada desta terça-feira (13) e, conforme informações do MST, dois homens encapuzados invadiram a casa e o executaram com tiros de arma de fogo.

O Movimento denuncia que a região do Bico do Papagaio vivencia uma investida contra os sem terra por parte dos latifundiários, órgãos de segurança pública e até mesmo do Poder Judiciário, deixando os militantes vulneráveis a este tipo de crime.

“Tanto o Movimento como o próprio Cacheado sempre foram criminalizados e perseguidos pelos latifundiários, grandes grileiros de terra públicas na região do Bico do Papagaio”, informa o MST.

 

 

Cacheado já havia sido vítima de outras tentativas de assassinato entre os anos de 2000 a 2015, mas conseguiu sobreviver. Porém, desta vez os assassinos tiraram a vida do militante que começou a se envolver na luta social ainda muito jovem.

“Chacheado sempre falava que, ainda criança, vivenciou o assassinato de seu pai por pistoleiros a mando de latifundiários, fato que o motivava a se envolver na luta pela terra”, informa o MST.

O sem terra assassinado iniciou sua militância nas comunidades Eclesiais de Bases do estado do Tocantins, participando da Pastoral da Juventude Rural-PJR/CPT. Nos anos 2000, ingressou no MST, contribuiu com movimentos sindicais e partidos políticos, como PT, PCdoB e PSOL.

“No decorrer do período do governo Bolsonaro, as ações de criminalização e risco de assassinatos de militantes sociais, sobre tudo os que lutam pela terra, ficaram muito evidente, se acirrando, ainda mais, no período eleitoral e pós eleições neste ano de 2022”, denuncia o Movimento.

“O MST reafirma que vai continuar lutando e resistindo contra toda e qualquer forma de injustiça social, com quem quer que seja. Lutaremos incansavelmente para que seja feito justiça contra mais esse brutal assassinato que ceifou a vida do militante Cacheado”.

“O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Regional Goiás/Tocantins, manifesta sua solidariedade à família e ao MST-TO, e cobra justiça pelo assassinato do líder camponês, Raimundo Nonato de Oliveira”.

Investigação

A investigação do crime está sendo realizada pela 11ª Delegacia de Polícia de Araguatins que informa estar em diligências na região, desde esta terça-feira (13), ouvindo pessoas e colhendo evidências que possam levar à identificação dos autores do crime.

“O secretário da Segurança Pública do Tocantins, Wlademir Costa, determinou que sejam empenhados todos os esforços necessários para a mais rápida elucidação do caso e punição dos responsáveis”, informou a SSP-To em nota.

Com informações do MST

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