Enfrentando uma crise humanitária sem precedentes, com mais de 90 mortes e 1,5 milhão de pessoas afetadas, o Rio Grande do Sul registra um alto número de animais abandonados. No entanto, uma mobilização popular gigantesca já resgatou mais de 6 mil animais que estavam ilhados, muitos deles com coleiras amarradas.

De acordo com informações do governo estadual, esse número deve aumentar, já que os abrigos disponíveis não param de receber animais “refugiados”.

Além do esforço do governo, a organização não governamental Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD) desempenhou um papel crucial, resgatando mais 214 animais na região metropolitana de Porto Alegre em poucas horas. A ONG Campo Bom Para Cachorro, por exemplo, resgatou 80 cachorros de áreas alagadas, também em poucos minutos.

As imagens dos resgates são emocionantes: cães e gatos sendo retirados de telhados, árvores e áreas inundadas por equipes de resgate que atuam tanto por terra quanto pelo ar, utilizando helicópteros e barcos para alcançar áreas de difícil acesso.

Em Canoas, com 380 mil habitantes e uma das cidades mais atingidas pelas enchentes, voluntários criaram a página no Instagram “Meu Bicho Tá Salvo Canoas” (@meubichotasalvocanoas), onde cães, gatos e outros animais domésticos resgatados são fotografados e logo se transformam em post na rede, que costuma viralizar com o apoio dos moradores para que o animal encontre seu tutor.

Capacidade esgotada

No entanto, os desafios persistem. Com a capacidade de abrigos esgotada, muitas organizações estão enfrentando dificuldades para acomodar todos os animais resgatados. O GRAD, por exemplo, lançou uma campanha nas redes sociais pedindo ajuda para temporariamente acolher os bichinhos perdidos.

Enquanto as operações de resgate continuam, o estado enfrenta a dura realidade do desastre: mais de 85 mortes foram registradas até o momento, e 385 dos 497 municípios foram afetados pelas inundações. O apoio tanto para as vítimas humanas quanto para os animais é crucial neste momento de crise.

Apesar dos desafios, a solidariedade e a determinação das equipes de resgate, voluntários e organizações mostram que, mesmo diante da adversidade, a esperança e a compaixão prevalecem, trazendo um acalanto para aqueles que enfrentam esses tempos sombrios.