Por Helena Crestan

A edição especial de Dia das Mães da revista “Quem” deste ano traz estampada uma das maiores figuras da maternidade e diversidade. Pepita, a carismática artista e ativista, assume o papel de destaque, proporcionando um poderoso retrato da maternidade moderna. Pepita desafia estereótipos e enfrenta obstáculos únicos, mas sua história de coragem e resiliência quebra conceitos antigos sobre a maternidade e a mulheridade.

Pepita é mãe de Lucca Antônio, um garotinho de 2 anos, e já está na fila de adoção para ampliar sua família. Em um país onde mulheres trans com filhos ainda são uma raridade, Pepita assume essa jornada com uma determinação impressionante. O apoio do marido, Kayque Nogueira, pai de Lucca, é um grande reforço, destacando a força do amor e do companheirismo em família. Em rede social, Kayque reforça a destreza de Pepita:

“Priscila é uma mãe incrível, me faltam palavras pra descrever o quanto ela é dedicada em tudo o que envolve o nosso pequeno. O amor e a alegria são os pilares principais em nossa familia e ele transparece no rostinho do nosso pequeno que recebe muito mas muito amor todos os dias.”

E finaliza com:

“Essa não é apenas uma capa de revista, é a afirmação de uma história linda que estamos construindo.”

A maternidade para Pepita é um ato de equilíbrio constante. Ela lida com os desafios de conciliar carreira, casamento e vida pessoal, muitas vezes sem a ampla rede de apoio necessária para se criar uma nova vida.

Mesmo diante das dificuldades, ela celebra cada vitória, não importando o tamanho, e continua a avançar, determinada a criar e ver crescer seu filho com todo o amor que pode oferecer.

Infelizmente, Pepita também enfrenta a transfobia que permeia sua vida cotidiana. Ela descreve sua experiência como “vestir um colete à prova de balas para viver a maternidade”, revelando a hostilidade e a incompreensão que muitas vezes enfrenta.

“Minha vida é vestir um colete a prova de balas para poder viver a maternidade. As pessoa se incomodam de me ver em uma fila de prioridade, se incomodam quando falo que sou mãe, me olham com espanto”.

Pepita se destacou como cantora, apresentadora e figura querida na internet e na publicidade. Agora, com seu rosto na capa da revista “Quem”, ela reforça sua posição como ícone de resiliência e esperança, demonstrando como a maternidade é diversa e plural.

Sua história inspira não apenas mulheres trans, mas toda a pluralidade de mulheres que, assim como ela, sonham com a maternidade, apesar dos obstáculos. A presença de Pepita na capa da revista “Quem” é um exemplo brilhante de que a maternidade pode ser tão diversificada quanto bela, e sua mensagem é clara: “eu sou grandona e pra engolir vai ser difícil”.