Agricultores, assentados e quilombolas estão entre os mais afetados pela crise climática no Rio Grande do Sul, enfrentando perdas significativas em diversas regiões do estado, especialmente no Vale do Rio Pardo e no Vale do Taquari.

Além dos impactos econômicos, as chuvas também afetaram comunidades quilombolas, que enfrentam dificuldades adicionais devido ao histórico de vulnerabilidade e falta de infraestrutura adequada. A situação é particularmente crítica em comunidades urbanas, onde as moradias estão submersas e as pessoas foram forçadas a buscar abrigo.

Mais de sete mil famílias quilombolas vivem no Rio Grande do Sul. Cerca de 850 famílias foram atingidas diretamente e cerca de 1,3 mil afetadas. Parte dessas famílias se encontram ilhadas sem acesso a alimentos, a água e energia. A situação é de desespero para quem vive, e de terror para quem assiste, de acordo com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

Diante desse cenário desafiador, tanto organizações sociais quanto o Ministério da Igualdade Racial estão mobilizando esforços para fornecer ajuda emergencial às comunidades mais afetadas, garantindo acesso a alimentos, água e outros itens essenciais.

Miqueli Sturbelle Schiavon, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), descreve a situação como “triste e desoladora”, com agricultores perdendo não apenas suas propriedades, mas também meios de subsistência e fontes de renda. As áreas ribeirinhas foram particularmente atingidas, com muitas casas e cultivos levados pelas águas.

A solidariedade entre vizinhos e a organização comunitária têm sido cruciais para enfrentar os desafios imediatos, mas é evidente a necessidade de apoio governamental para ajudar na reconstrução das propriedades e na sustentação das famílias afetadas.

*Com informações da Conaq e Agência Brasil