Por Noé Pires

A artística de música popular e compositora Clara Potiguara (@clarapotiguara),  originária do território indígena da Baía da Traição, no litoral norte paraibano, é uma artista multifacetada e ativista incansável. Sua jornada artística teve início em 2020 e desde então, ela tem navegado por diferentes águas, marcando presença em festivais, feiras e programas de rádio.

Além de ser uma talentosa cantora de coco de roda e compositora, Clara também se destaca como ativista do movimento indígena, colaborando ativamente com grupos ambientais, territoriais e LGBTQIAPN+. Sua voz ecoou não apenas nos palcos, mas também nos projetos culturais populares que ajudou a criar.

Participando ativamente da preservação da cultura indígena, Clara contribuiu para o primeiro festival de cultura indígena Jacoca, promovendo a participação de artistas de diferentes segmentos e povos. Seu compromisso com projetos socioambientais é notável, especialmente no coletivo APAÎÉ, e no projeto “Águas Potiguara”, que visa a recuperação dos rios do território indígena Potiguara.

Além disso, sua atuação na equipe de comunicação do “Águas Potiguara” e no projeto “Memórias Potiguara” demonstra seu empenho em preservar a história e as tradições do povo Potiguara.

Clara Potiguara é muito mais do que uma artista; ela é uma força impulsionadora de mudanças positivas em sua comunidade e além.

O S.O.M, “Sistema operacional da música”, o canal de música da mídia NINJA, bateu um papo com a artista Clara Potiguara.

1 – como você equilibra sua atuação como artista de música popular e compositora com seu engajamento como ativista do movimento indígena e colaboradora de grupos ambientais e LGBTQIAPN+?

“Vou tentando conciliar da melhor forma as duas demandas sempre que posso, unindo o ativismo com a música com o Coletivo APAÎÉ, tornando uma ferramenta de trabalho mais dinâmica, alcançando vários públicos e disseminando melhor as mensagens que precisamos  transmitir. Que é de preservação da natureza, dos rios, matas, nosso bem viver, meio ambiente e qualidade de vida, junto ao Projeto águas Potiguara e de nossos saberes ancestrais, do respeito pela nossa tradição e religiosidade junto ao Projeto Memórias Potiguara. Porém tudo isso só será possível se tivermos Territórios demarcados e autonomia pra falarmos sobre nós!”, comenta Clara Potiguara

2 – Qual foi a experiência mais significativa que você teve ao participar do primeiro festival de cultura indígena Jacoca e como essa experiência impactou sua visão artística e ativista?

“O vínculo entre parentes de diversas etnias se tornou uma jornada emocionante! A música foi o nosso ponto de partida, uma ferramenta incrível de união e resistência. Durante esse processo, fizemos alianças valiosas e trocamos conhecimentos enriquecedores, especialmente com os Tabajara. Foi uma experiência única e inspiradora.”, explica a artista.