Por Laura Yule e Mariana Walsh

No draft da WNBA, realizado recentemente em Nova York, Alissa Pili fez história. Ela foi a sexta jogadora indígena a ser draftada para jogar na principal liga de basquete feminino do mundo. Filha de pai samoano (povo originário da Polinésia) e mãe inupiate (tribo nativa da América do Norte), ela nasceu numa pequena cidade do Alasca, localizada perto do Círculo Polar Ártico. Com invernos que duravam cerca de nove meses, ela vivia no ginásio praticando esportes, e foi apenas uma questão de tempo para que a jovem começasse a despontar como uma esportista promissora.

Ainda adolescente, conquistou 13 títulos estaduais em diferentes esportes (basquete, vôlei, luta livre e arremesso de peso), mas nunca se imaginou sendo atleta profissional. Ao The Salt Lake Tribune, ela declarou: “Eu realmente não tinha ninguém para seguir seus passos, nada disso”. Esse cenário começou a mudar quando Pili recebeu uma bolsa para jogar basquete na Universidade de Southern California (USC). 

Em suas três primeiras temporadas na liga universitária, teve poucas oportunidades, mas ao se transferir para a Universidade de Utah, virou destaque e passou a arrastar multidões para os seus jogos. Meninas indígenas e polinésias passaram a se inspirar em Pili. E apesar do peso de tornar-se referência para dois povos ser algo maior do que a maioria das atletas de 22 anos está acostumada, ela encara isso como um privilégio.

“Muitas meninas indígenas e polinésias não possuem uma referência e eu sou abençoada por poder estar nesta posição para fazer isso por elas.”, declarou a jogadora via Togethxr.

Existe algo de especial quando se fala em representatividade, e isto está ligado ao fato de que suas conquistas possuem um valor imensurável que reverbera em suas comunidades. E Pili sabe disso.

“A coisa sobre os povos polinésios e indígenas, quando veem alguém do seu tipo ganhando, significa que toda a comunidade está ganhando”, disse Pili ao The Athletic.

A temporada da WNBA de 2024 começa nesta sexta-feira (03), e a jogadora deve estrear na liga profissional com a camisa do Minnesota Lynx. Independente dos resultados que irá acumular, uma coisa é certa: seu legado será gigante.