Um dos dias mais tristes do esporte brasileiro aconteceu há exatos 30 anos. No dia 1° de maio de 1994, na curva Tamburello do GP de Ímola, na Itália, Ayrton Senna faleceu.

Ayrton Senna da Silva foi, para muitos, o maior ídolo do esporte brasileiro e é, certamente, um dos pilotos mais emblemáticos da história do automobilismo. Em sua carreira, ele conquistou 3 títulos mundiais, 41 vitórias, esteve em 80 pódios e fez 65 pole positions.

Mas seu legado foi muito além destes números e sua imagem se transformou em um símbolo para a cultura brasileira e para o automobilismo mundial. Senna é a referência de muitos dos principais pilotos que o sucederam, especialmente de Lewis Hamilton, heptacampeão mundial.

Senna consolidou por muitos anos a Fórmula 1 no cotidiano do brasileiro, mesmo após a sua morte. Desde seu surgimento (quando o Brasil já tinha 4 títulos mundiais), Ayrton trazia carisma e enorme expectativa com o seu talento, elementos que rapidamente o consolidaram como ídolo de milhões de brasileiros.

Conhecido pelas grandes ultrapassagens e pelo ótimo desempenho na chuva, Senna estreou em 1984, pela Toleman. Naquele ano, ele ficou em 2º lugar no GP de Mônaco, em uma corrida em que ultrapassou quase todos os pilotos na chuva. Além disso, ficou em 3º em Portugal e Grã-Bretanha, ainda sem estar nos principais carros no grid.

No ano seguinte, pilotando na Lotus, conquistou sua primeira vitória na categoria, em Portugal. Ele também venceu na Bélgica e fez mais 5 pódios.

Foto: Instituto Ayrton Senna

Senna ficou 3 temporadas na Lotus, onde totalizou 6 vitórias, e se consolidou como um dos grandes pilotos do grid. Durante esse período, ele era tratado como a grande esperança brasileira e potencializou a audiência brasileira na Fórmula 1, em um período de escassez de grandes conquistas no futebol. As expectativas se tornaram realidade a partir de 1988, quando ele foi para a McLaren.

Na nova equipe, o brasileiro se transformou em uma lenda. Em 1988, venceu 8 das 16 corridas e conquistou o seu primeiro título mundial. Em 89, Senna venceu 6 corridas e, na última corrida, uma batida entre ele e seu companheiro de equipe Alain Prost, deu o título ao francês. O brasileiro seguiu na corrida, mas posteriormente foi punido e desclassificado.

Esta, aliás, foi uma das rivalidades mais memoráveis do esporte, que voltou a se repetir em 1990. Desta vez, novamente com 6 vitórias na temporada, foi a vez de Senna se consagrar campeão, novamente após uma batida entre ele e Prost na última corrida.

Em 1991, Senna foi dominante e conquistou o tricampeonato. Ele já havia vencido quase todos os GPs e era o melhor piloto do grid, mas ainda faltava algo: vencer no Brasil. Naquele ano, ele liderava em Interlagos, até ter problemas com as marchas e dores no corpo. O brasileiro foi à exaustão, mas terminou em primeiro, em uma vitória histórica. Em 1992 e 1993, a McLaren não manteve o domínio dos anos anteriores, e Senna não foi campeão. Apesar disso, em ambas as temporadas, ele venceu 3 corridas. O GP onde ele mais fez história foi o de Mônaco, onde até hoje o brasileiro é o maior vencedor da história, com 6 vitórias.

Em 1994, ele voltaria a ter chances de brigar pelo título mundial. Nas três primeiras corridas do ano, ele foi pole position, mas acabou abandonando. A última delas, em Imola, provocou a morte de um dos maiores ídolos do esporte brasileiro, e interrompeu uma trajetória e legado que poderiam ser ainda maiores. O dia 1° de maio de 1994 teve um dos maiores lutos, talvez o maior, que o Brasil já viu. Senna construiu um grande legado, que se mantém mesmo 30 anos após sua morte.